quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

"Senhores passageiros..."


Na busca de aproveitar o tempo da melhor maneira, certamente passaremos pelo entroncamento onde se cruzam as vidas profissional, familiar e espiritual. Essas três faces da vida precisam ser trabalhadas conjuntamente. A busca por uma boa fonte de renda é algo natural, mas, envolvido nessa busca, não podemos abrir mão de cultivar a família e a fé.

A administração da vida assemelha-se à experiência de um comandante que pilota uma aeronave. O lar onde vivemos a infância e a juventude é a nossa pista de decolagem, o local seguro onde recebemos as orientações necessárias para que as nossas expectativas a respeito de nós mesmo se tornem reais. Os exemplos recebidos dos pais, tais como: ser honesto, não mentir, amar aos pais, aos irmãos e ao próximo, respeitar os mais velhos e os professores, dentre outros, são os tijolos que usaremos para construir o nosso caráter e que nos habilitará a uma boa decolagem.

Na fase adulta, entramos em voo de cruzeiro. Nesse momento, muitos já estão bem casados, com ótimos filhos e com uma carreira ou ministério despontando. Contudo, não poucos veem as dificuldades da convivência no lar destruir aquilo que com esforço logrou construir, e se perguntam o porquê. A experiência de quem já voou nos revela: o fim da tensão causada pela decolagem é marcado pelo momento em que o comandante apresenta a sua tripulação. Na vida, não conseguiremos voar bem se insistirmos em voar sozinhos. Há necessidade de se reconhecer aqueles que diariamente nos abençoam, que tornam possível sermos quem somos. O nosso sucesso na vida profissional, espiritual e familiar está associado a isso. Se você é o piloto de uma família, perceba que há poder em suas palavras, honre a sua tripulação. Não perca a oportunidade de abençoar aqueles que estão sob o seu comando. No avião, logo após sermos apresentados àqueles se empenharão para que tudo nos vá bem, as mesinhas são baixadas, o nosso foco muda e já não recordamos a tensão vivida na decolagem.

Uma vez no ar, lembre-se que o avião não voará para sempre, ao final de cada trecho ele voltar ao solo. Do mesmo modo, também nós, voltamos à casa ao final de cada dia. Esteja sempre em sintonia com a sua família, acompanhando de perto os corações de seus pais, filhos e cônjuge. Eles se interessam e se esforçam para que alcancemos o sucesso. Eles, mais do que ninguém, são afetados pelas nossas emoções. De nada adianta conquistar o mundo e perder a família. Situação terrível deve ser voar alto e não encontrar uma pista para pousar.

Por fim, não se esqueça de que, desde a primeira movimentação na pista, durante o voo de cruzeiro e no pouso, não podemos abrir mão de ter um canal de comunicação aberto com a torre de controle. Jesus é a nossa torre. Ele nos ama e deseja que tenhamos uma vida abundante. Manter a sintonia com ele é a garantia de que o nosso voo transcorrerá em paz.

Um grande abraço,

Guaraci Vieira

Em fevereiro de 2015.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Deus nunca prometeu nos tirar de nossas lutas


“Deus nunca prometeu nos tirar de nossas lutas. Ele promete, contudo, mudar nossa maneira de encará-las.”

O apóstolo Paulo certa vez listou o que lhe perturbava: dificuldades, problemas, sofrimentos, fome, nudez, perigo e morte violenta. Max Lucado chama de os “lixões” dos quais esperamos escapar. Paulo declara: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou”.

O que seria mais fácil para Deus? Fazer um olho, ou dar vista um cego? Quantas vezes buscamos fugir dos problemas que nos cercam. Paulo nos ensina a não lutarmos contra eles, mas mudarmos a maneira como os encaramos, pois Deus é muito maior que todos eles juntos.

Ex. 4:11 “E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor?”

Um grande abraço,


Guaraci Vieira

Autoridade Espiritual


(Mc 1:21-28)

Algo chamava a atenção por onde Jesus passava ao ponto de o povo, os fariseus e até os demônios se incomodarem com isso – era a autoridade que possuía. O povo e os fariseus se admiravam, pois a igreja da época não estava acostumada com tamanho poder; o inimigo se incomodava porque tinha que abandonar o local onde se encontrava assentado.

Nos dias de hoje temos notícias de muitos lares nos quais encontramos filhos viciados, maridos alcoólatras, esposas fofoqueiras, casais em vias de separação... diversas são as mazelas trazidas por Satanás. Como no texto em referência, o inimigo é ousado e adentra à sinagoga e reclama, julgando estar no direito de possuir aqueles a quem chama de cavalos.

Na realidade, a autoridade que Jesus exercia é a mesma que foi concedida aos discípulos, em Mt. 10:1 e Lc. 10:19, e também a nós: autoridade sobre os espíritos imundos, para os expulsar, para curar toda sorte de doenças e enfermidades, para pisar serpentes e escorpiões, e muito mais.

Hoje nós somos chamados a exercermos essa autoridade espiritual em nossas casas e em nossas igrejas. Ao retornar ao Céu Jesus não nos deixou desassistidos, muito pelo contrário, ele nos deu poder para em seu nome realizarmos feitos maiores que aqueles que ele próprio realizou.

Contudo, para exercermos essa autoridade espiritual devemos ter consciência que não será pela influência do nosso homem exterior, pelo nosso poder de persuasão; será pela influência de nosso homem interior, que deve estar adornado com um incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que busca intimidade com Deus, que crê na sua palavra e não se dá por vencido diante dos desafios diários lançados por Satanás. (1Pe 3:3-4)

Que o Espírito Santo nos conduza.

Guaraci Vieira


Atire Flechas


(2 Reis 13:14-19)

Assim como aconteceu com o povo de Israel nos dias do rei Jeoás, nos dias de hoje a pessoa que decide seguir a Cristo tem enfrentado lutas diárias. Infelizmente, baixas têm sido verificadas, além da existência de muitos feridos. A Igreja chora.

Na passagem em referência, o profeta Eliseu nos ensina que o lugar ideal para lamentarmos as nossas perdas é diante do Senhor. Porém, devemos perseverar na fé a ponto de percebermos que nos céus algo se move em nosso favor. Nesse instante o choro cessa. Declaramos aquilo que, pela fé, contemplamos: os carros de Israel e seus cavaleiros se alinham para a batalha. A guerra que imaginávamos ser nossa e estar perdida ainda não está terminada.

O profeta nos convoca a tomarmos o arco e apontá-lo novamente para o campo de batalha – ao lugar da nossa última derrota – e, tendo firmada a nossa mão pela mão do Senhor, atirarmos flechas, desafiando o inimigo na certeza de que o Senhor pelejará por nós.

Assim como foi com o rei Jeoás, a quantidade de flechas que atirarmos será a quantidade de vitórias que teremos.

Que Deus abençoe a todos.


Guaraci Vieira

Andar com Deus


Uma coisa é comum nas histórias de Enoque e Noé: eles andaram com Deus, e isso transformou por completo o modo como eles viveram seus dias nesse mundo.

Andar com Deus certamente é o desejo de todo o cristão. Mas como fazê-lo, se a cada dia percebemos a multiplicação do pecado e o esfriamento do amor e da fé?

Como nos dias atuais, os homens daquelas gerações possuíam suas atividades, suas rotinas, suas obrigações – casavam-se e davam-se em casamento. Contudo, em meio a um período de dormência espiritual, Enoque e Noé permaneceram firmes na certeza de que Deus existe e que é galardoador daquele o busca. Eles optaram por acreditar em Deus, mesmo quando o mundo preferia tratar o assunto como de somenos importância. Ouvindo uma multidão desdenhando e tratando-o como louco, Noé não duvidou que a voz que lhe falara era a voz de Deus, e a obedeceu, a despeito do que diziam seus contemporâneos.

A companhia de Deus em nosso caminho inicia-se no momento em que acreditamos que Ele existe, quando cremos que Ele se importa conosco. A certeza de que Ele nos sonda nos leva a andarmos em sinceridade diante dEle e a certeza de que Ele nos ama, demonstrada no sacrifício voluntário de Jesus, nos encoraja e conduz a um pedido formal de perdão.

Então, crendo nEle e em suas promessas, buscando viver a vida nova que Ele nos dá, deixando para traz todas as amarguras e lembranças de nosso passado sem Cristo, desejando-o, certamente, perceberemos que Ele sempre esteve presente ao nosso lado.

Porém, não olvides que durante essa caminhada poderão lhe chamar de louco e que, dependendo do assunto que Ele tratar contigo pelo caminho, um convite lhe poderá ser feito para um jantar na casa do Pai ainda essa noite, como ocorreu com Enoque.

Um grande abraço.


Guaraci Vieira

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Semear, um desafio diário


Não obstante seja algo que, em geral, todos desejam, a mensagem de paz, alegria, amor e vida nem sempre é bem recebida.
No capítulo 13 de Mateus, Jesus fala por parábolas à multidão. Na parábola do semeador ele deixa claro que, mesmo a semente sendo boa, ela poderá encontrar tipos diferentes de solo, ou corações. A perseverança deve ser uma característica do evangelista, pois uma alma salva possui um valor inestimável.
Na parábola do joio e do trigo, vemos que, ainda que o solo seja bom, há um inimigo que peleja contra nós e que, sorrateiramente, semeia ervas daninhas a fim de prejudicar o que já foi plantado. Ao olhar para os brotos, não se precipite fazendo distinções entre joio ou trigo, mantenha o foco, o Senhor é Deus de graça e de justiça.
O capítulo termina com Jesus falando sobre o grão de mostarda e o tesouro escondido. Assim como uma pequena semente traz dentro de si as informações genéticas necessárias ao crescimento de uma árvore enorme e uma pitada de fermento é suficiente para fazer a massa de um bolo crescer, do mesmo modo a palavra de Deus possui em si um poder inimaginável, capaz de transformar a vida de todo aquele que nela crer. De fato, a mensagem de Cristo e o seu Reino é um tesouro de grande valor, pelo qual vale à pena envidar os esforços necessários para alcançá-lo.
As dificuldades para pregar as Boas Novas em um mundo egoísta e sem graça são reais, o próprio Jesus foi rejeitado. Mas, esse é o nosso prazer, e também o nosso desafio. Se você está disposto, não se abale: Ide, pregai o Evangelho. Quem crer e for batizado será salvo.
Que Deus te abençoe,
Guaraci Vieira
Em fevereiro de 2015.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Chronos e Kairós


“Chronos” e “Kairós” são palavras originárias do idioma grego. Em português, essas palavras foram traduzidas por “tempo”, porém, há uma diferença substancial entre elas:

Chronos está relacionada ao tempo seqüencial, ou ao intervalo de tempo, ao tempo que pode ser medido. Daí a existência das palavras “cronômetro” e “cronograma”. Kairós, por outro lado, se refere a um determinado momento, um evento certo, pequeno ou grande, que, devido ao seu mérito, é individualizado dentro do tempo chronos. É com fundamento em chronos que podemos gerenciar o dia – com suas horas, minutos e segundos –, as semanas, os anos e as décadas. Por sua vez, o kairós não é medido pelos tic tac do relógio, mas pela intensidade das batidas do coração, posto que a relevância de um evento é algo pessoal, para uns ele poderá ser extremamente importante, e, para outros, não ter qualquer valor.

Assim, aplicando às nossas vidas, podemos entender que chronos representa o meio, o mecanismo que possuímos para administrar a nossa vida, ações e rotinas, e que o fim, o que verdadeiramente buscamos, é kairós, a vida próspera, repleta de momentos que nos tragam prazeres e alegrias, momentos dignos de serem revividos.

Não obstante sabermos que o que desejamos é kairós, temos visto pessoas se perdendo pelo caminho. Na busca da realização de sonhos, muitos têm entrado em rotinas e se deixado ser “engolidos” pelo relógio, e, ao final, perdido o tempo de viver melhor. Constantemente vemos testemunhos de pais que não perceberam que seus filhos já cresceram e que não provaram do seu amor; esposos que não perceberam o quanto eram amados por suas esposas e não corresponderam a esse amor oportunamente, que lamentam não ter passado mais tempo juntos, e que hoje os vêem distantes ou em outros braços; obreiros que não perceberam o quanto as suas famílias os desejavam por perto para também serem abraçadas; pessoas que somente se deram conta de o quanto deveriam ter amado mais quando já não podiam mais amar... E chronos passou... E kairós não existiu.

Poucas são as verdades que sabemos a respeito de chronos: uma delas é que ele não pára; outra é que não sabemos o quanto dele ainda dispomos. Recentemente aprendi uma frase: “Quem não sabe quanto tempo tem, tem pouco tempo”.

Como você tem aproveitado o seu tempo?

Em janeiro de 2015, fomos ao culto fúnebre de uma pessoa muito amada. Sentimos tristeza ao nos despedir, choramos... Contudo, nos consolamos ao visitar os muitos kairós que possuímos. Não houve ressentimentos, nós a havíamos amado, brincado e orado juntos. O chronos passou, mas os kairós permaneceram.

Entendo que não podemos passar pela vida sem provocarmos kairós. Deus amou este mundo e por isso provocou diversos kairós – manifestações de seu amor –. Deus deu o seu filho para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Nós somos a igreja do Senhor, o corpo de Cristo, o instrumento de Deus para marcar o mundo com o amor, provocar a mudança de vida das pessoas.

Permaneça firme nesse projeto. Provoque o surgimento de diversos kairós. O tempo não espera, hoje é o momento de agirmos. Mantenha o foco. A melhor forma de aproveitar o tempo é doando-o a alguém. Provoque a existência de kairós. Da disposição da igreja em amar é que Deus entrará em evidência e será glorificado, e a luz brilhará e alcançará a muitos.

Que Deus te abençoe.

Guaraci Vieira

Por que "Células"?


As células são as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos. A célula representa a menor porção de matéria viva dotada da capacidade de auto-multiplicação. As células seriam como os tijolos de uma casa, onde cada tijolo é uma célula.

Durante os três primeiros séculos, a igreja não possuía templos próprios. Os irmãos se reuniam basicamente nos lares e usavam lugares neutros como sinagogas e anfiteatros apenas para evangelizar. A igreja era uma igreja nos lares. Isso é o que podemos concluir das seguintes passagens bíblicas:

Atos 2:46 – “diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam o pão de casa em casa, e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração...”

Atos 16:40 – Paulo e Silas, depois de saírem da prisão, se dirigindo para a casa de Lídia, que era o lugar onde os irmão se reuniam: “tendo-se retirado do cárcere, dirigiram-se para a casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortaram”

Falando aos presbíteros de Éfeso, Paulo os exorta dizendo: “... jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa, e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.” (At 20:20-21)

Jesus priorizou um grupo pequeno de pessoas no seu ministério. Apesar de ter dedicado um tempo considerável ensinando nas sinagogas e ao ar livre, ele dava especial atenção a grupos pequenos, quando separou setenta e os enviou de dois em dois, e também nas inúmeras vezes em que ministrou em casas (Lc 10:1; Mc 1:29-34; 2:15; 3:20-34; 7:17; 9:28; Mt 10:12-14; Lc 10:5-7).

A igreja nas casas tem sido uma forma de expressão comum da igreja cristã. Ora são chamadas de “clubes de santidade” ou “Grupo Familiar”, ora são chamadas de “Células”. Não importa o nome pelo qual são chamadas, o que importa é que o Reino de Deus está sendo apresentado ao mundo.

As reuniões da igreja em células não busca substituir a prática do tradicional culto no templo, muito pelo contrário. As células vêm a acrescentar àquilo que já existe, funcionam como veículos de acesso a lugares remotos, aos quais os pastores de renome e grandes pregadores não conseguem chegar.

Por meio de uma palavra singela, ministrada de casa em casa, muitas pessoas que teriam dificuldade em participar de um culto no templo têm a oportunidade de conhecer a Jesus. Mediante a palavra pregada de irmão para irmão a comunhão é desenvolvida e o trabalho de consolidação do novo crente é aprimorado.

O culto no templo continua a ter fundamental importância, é no templo que temos a oportunidade de vermos reunidas as diversas células – todos os membros – louvando ao Senhor como igreja, em um só corpo e um só Espírito.

Que Deus te abençoe.

Guaraci Vieira