segunda-feira, 27 de novembro de 2017

É hora de colocar a boca no trombone!


É hora de colocar a boca no trombone!

Em dias de CPIs e investigações, é comum aos brasileiros verem homens e mulheres avocando o direito constitucional de permanecer em silêncio para, com isso, deixar de responder ou emitir opinião sobre determinado assunto ou evento. De fato, esse direito existe e é extensivo a todo cidadão brasileiro. Não obstante, o que tem causado espécie é ver cristãos fazendo uso desse direito para escusar-se de manifestar sua profissão de fé.
Em At. 3:1-8, está o relato de quando Pedro e João entravam no templo para a oração e foram abordados por uma pessoa que, em face de sua limitação física, pedia esmolas. Após dizer ao pedinte que olhasse para eles, Pedro não se esquivou, mas falou-lhe: “Não possuo prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”
Diferentemente do que ocorria naquela ocasião, vemos que a deficiência que tem debilitado homens e mulheres nos dias atuais não é a deficiência física, mas a espiritual – uma multidão de pessoas com corpos saudáveis, mas que não conseguem amar, não possuem paz e não gozam de alegria. Não precisamos ir muito longe para encontramos pessoas em bares, lojas, escritórios, ou em suas próprias casas ou até em igrejas, pedindo “esmolas”, lamentando o seu dia, os seus sonhos frustrados e a ausência de perspectivas positivas para suas vidas.
Naquela ocasião, certamente que Pedro e João poderiam simplesmente ter olvidado e passado de largo, sem, sequer, ter tomado conhecimento. Isso é muito comum. Ignora-se e depois justifica-se: "esse problema não me diz respeito, é um problema social. Que o Governo aplique melhor os impostos que pagamos, em políticas sociais e de integração do excepcional e dos marginalizados". 
Mas essa não foi a atitude daqueles dois homens. Eles possuíam algo que os distinguiam: eles já haviam sido cheios do Espírito Santo.
Sabemos que Jesus também foi cheio do Espírito Santo. Em Atos 3:18-19, Jesus nos revela o porquê de sermos ungidos: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me para curar os quebrantados de coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.” Essa unção, em nós, também tem a mesma destinação. Por isso, não podemos nos calar.
Em Atos 1:8, está escrito que, ao descer sobre nós o Espírito Santo, nos tornamos testemunhas de Cristo. Ser testemunha é não se calar. Com isso não quero dizer que todos os paralíticos andarão ou que todos os cegos enxergarão novamente, mas que quando compartilhamos com alguém a mudança que ocorreu em nossas próprias vidas, como superamos nossos traumas, como nossa família foi restaurada ou como hoje amamos sem preconceitos, estamos doando algo que recebemos de Cristo para quem nos ouve. 
O próximo passo é ver ocorrer a cura espiritual. A alma do ouvinte certamente encontrará alívio, a luz voltará a brilhar e o sorriso voltará ao rosto. Esse passo não é dado por você, mas pelo próprio Cristo. Isso não quer dizer que o agora cristão não mais se terá lutas. O verdadeiro significado dessa cura é que o indivíduo saberá que o sangue de Jesus já lhe garantiu a vitória, seja qual for a situação de prova contra ele vier, de modo que a luta, em si, não mais terá o poder de roubar-lhe a alegria.
Testemunhar é contar para alguém quem você era e agora quem você é após você ter tido uma experiência pessoal com Cristo. Essa é a nossa parte, o primeiro passo. O passo seguinte, o milagre, é Jesus quem opera.
Convido você a abrir mão de seu direito constitucional de ficar em silêncio e colocar a boca no trombone, assumindo juntamente comigo uma posição ativa de testemunha, cooperando com Cristo para a cura daqueles cujas almas necessitam de um milagre.
Que Deus te abençoe ricamente.

Guaraci Vieira