Você já
reparou como é grande a quantidade de pessoas cegas, surdas e mudas nos dias atuais? Essa
situação é agravada quando juntamos a ela o quantitativo das outras pessoas que,
mesmo ouvindo e falando bem, têm esse tipo deficiência alojada na alma – homens
e mulheres que se fecham em suas convicções e sequer conseguem pedir ajuda.
Como tratar essa situação? Como agir nesses casos?
São Marcos relata uma cena que nos serve de parâmetro: Um surdo foi
trazido até Jesus e, diante do Mestre, rogaram-lhe para que o tocasse.
(Marcos 7:32)
Como
cristãos, de regra, evitamos andar nos caminhos dos ímpios ou ouvir os seus
conselhos sentados em suas rodas de conversas. Buscamos combater o pecado e rechaçar
a maldade. Isso não está errado, é ensino bíblico. Porém, no intuito de guardarmos
a santidade, alijamos do nosso convívio aqueles a quem deveríamos amar.
No exemplo
bíblico, cristãos trouxeram até Jesus um homem surdo e que não falava com clareza. Transportando para uma
visão espiritual, essa também é a postura que se espera dos cristãos relativamente ao pecador. Diariamente dizemos que amamos ao pecador, mas, com a
mesma frequência, o marginalizamos, excluindo-o do nosso convívio. Amar ao
pecador é trazê-lo até Jesus, e, depois disso, insistir, e não desistir, até
vê-lo tocado pelo Senhor.
A cura –
do corpo e da alma – é possível. Não existe alguém tão longe que não possa ser
alcançado pelo amor que há em Cristo. Esse
é o nosso chamado: evangelizar os pobres, curar os quebrantados de
coração, libertar os que estão presos ou oprimidos, restaurar a vista aos cegos
e dizer a todos que hoje é dia de salvação. (Lc 4:18-19; At 1:8)
“Quando alguém está se afogando é momento de socorrê-lo,
e não de ensiná-lo a nadar.”
Que os
nossos ouvidos estejam abertos para, sem atribuir culpa, ouvir o clamor das
almas, principalmente daquelas que, por se acharem tão perdidas, já não clamam.
Que Deus
abençoe a todos.
Guaraci
Vieira